Parece que foi ontem. Os bons, aqueles que diziam serem os melhores estavam na praia. Era domingo. Fatídico domingo, 13 de Agosto, dia que o Joel nos deixou. Aquela viatura não podia ir para fora. Nesse dia foi. Estranha ordem.
Os que como ele serviam nos bombeiros estão a desaparecer. Se virmos bem, já poucos o conheceram. É tudo novo, convém. Ninguém agora acredita o que os bombeiros faziam, onde o Joel participava. Que saudades amigo, das brincadeiras, dos serviços, das assistências. Se não tivesses partido possivelmente não estavas ao serviço. Eras possivelmente mais um arrumado por um qualquer processo disciplinar. É tudo diferente. Agora não interessa saber nada, falar de nada, pensar em nada. O que interessa agora é fazer, sempre, e tu sabes, o menos possivel. Já dizem que somos uma extensão de colegas alentejanos.
Os que te choraram muito, fizeram promessas, bateram no peito e foram figuras à 3 anos, agora esqueceram-se. O apoio para todos nós, incluindo esses, ainda dura, só que nunca o vimos. Aqueles gabinetes de psicologia, psiquiatria, enfermagem, apoios de todas as formas e feitios, estão no terreno só que ainda ninguém viu. Não ha vergonha. Os hipócritas continuam a dominar. Não podiamos estar piores. Amanhã não vou á tua missa, já não posso ver tamanhas figuras.
Deixo-te um pensamento sobre o tempo - O tempo é muito lento para quem espera, muito rápido para quem hesita, muito longo para quem sofre, muito curto para quem aproveita, mas, para quem ama e serve os outros como tu serviste, o tempo não existe.
O poder é como o show business: cada um tem uma estréia fantástica, desliza por algum tempo e faz com que tudo à volta seja um inferno quanto mais incompetente e ambicioso seja o indivíduo - Ronald Reagan -.