Fizemos 140 anos. Miséria de pessoas que andam a fazer que fazem a começar pelo meu amigo, aquele que confiou em mim para fazer o que lhe apetecia e eu acreditei e fui no jogo dele. Continua a dar cambalhotas, anda doente quando quer e fardou-se. Foi a missa pedir pelos pecados e remorsos dos nossos colegas que partiram. Fiquei espandado. Um carro para os confrades, com motorista. Miseráveis. Quase que perdi a vergonha e pedia desculpa ao comandante que ajudei a por fora, agora sim, cada vez mais convencido que fiz um erro enorme ao acreditar naqueles que se diziam amigos dele. Não tive coragem. Ele esteve a cumprimentar quem estava a minha beira e a mim nem um olhar. Que pena aquele homem estar fora dos bombeiros. De certeza, que com ele por perto, a miséria não existiria. Porquê? Ele sempre foi contra viverem a custa dos bombeiros. Depois deste tempo verifico que ele tinha e continua a ter razão. São estes confrades que nos arrastam, cada vez mais para a Miséria, apesar de estarem todos muito bem vestidos. A festa não foi para os bombeiros, foi para eles que continuam na boa vidinha. Fartam-se de dizer que vão embora. Não vão, foram e continuam a ser mentirosos. Se eu tivesse confiança aparecia no estraga relogios para saber. Va la a gente perceber, nunca ha bolo para todos e os que são gulosos, tudo lhes acontece. Contaram-me, mas eu não acredito. É falta de tempo não remunerado
Hoje, mais um triste aniversário da nossa memória. Joel ajuda-nos. Se a nossa acção tem o céu por limite, tu que estás ai, ajuda-nos perantes estes dependentes dos bombeiros, quais salvadores da pátria que so olham para eles e deixam para tras as memórias que fazem a história da nossa Associação. Tu sabes, na altura do teu funeral ninguem queria pagar o almoço dos colegas de Campo de Ourique, depois disso ja foram la buscar viaturas. Uns sem vergonha. Ate um dia destes. Eu não me esqueço.
. DORES