Ontem, a contar já no excelente ano que se aproxima para ele e pior para nós o vidrinhos a conselho do fanfarrão foi visitar uma amiga das cartas que dizem tudo. O homenzinho apanhou um susto ao ouvir da sua interlocutora: - Em breve a sua sogra morrerá de forma violenta.
Inocente, como é habitual, imediatamente ele pergunta à vidente:
- Violentamente? E eu? Serei absolvido?
(atenção não convém divulgar, senão a mulher zanga-se)
Estavam os dois pombinhos entre o café e o quartel, quando são abordados por um turista, loiro, aparentemente nórdico, a procurar orientação sobre o caminho, a seguir, seguindo um livro de mão. Para aos lados dos amigos coloridos e pergunta:
- 'Entschuldigung, können sie Deutsch sprechen?'
Os dois ficaram mudos.
Tentou de novo:
- 'Excusez-moi, parlez vous français?'
Os dois continuaram a olhar para ele impávidos e serenos, com vontade de ajudar mas sem perceberem nada.
- 'Prego signori, parlate italiano?'
Nada por parte dos fardados como lhes apetece.
- 'Hablan ustedes español?'
Nenhuma resposta.
- 'Please, do you speak English?'
Nada. Angustiado, o turista desiste e vai-se embora.
O querido vira-se para a amiguinha e diz:
- Talvez devêssemos aprender uma língua estrangeira.
- Mas para quê querido? Aquele gajo sabia cinco, e adiantou-lhe alguma coisa?
Ficou o mandante admirado depois de muito matutar. Andam-lhe a por a pulga atrás da orelha. Não é que ele estava naqueles momentos de tudo menos tédio, a descansar de regresso à base, com a amiga colorida e na frente deles, um homem, voando num balão, dando conta que está perdido, aos avistar a viatura assim isolada, faz baixar o balão ao chão e aproxima-se:
- Boa bombeiros, que bom, pode ajudar-me? Fiquei de encontrar-me com um amigo às duas da tarde; já tenho um atraso de mais de meia hora e não sei onde estou...
- Claro que sim! - responde o nosso artista. O senhor está a viajar num balão de ar aquecido, e quando subir a uns 20 metros de altura, posiciona-se algures entre as latitudes de 40 e 43 graus Norte e as longitudes de 7 e 9 graus Oeste.
- Você tem um relógio espectacular, parece aqueles oferecidos por quem percebe do assunto para as vossas tarefas no terreno. Você é graduado nos bombeiros não é?
- Sou sim senhor! Como foi que adivinhou?
- Muito fácil: deu-me uma informação tecnicamente correcta, mas inútil na prática. Continuo perdido e vou chegar tarde ao encontro porque não sei o que fazer com a sua informação.
E não é que o nosso homem se sai com a pergunta: - Ah! Então o senhor é da classe dirigente, talvez daqueles que na sombra fazem para que tudo corra mal!
- Sou! Como descobriu?
- Muito fácil: O senhor não sabe onde está, nem para onde ir, assumiu um compromisso que não pode cumprir e está à espera que alguém lhe resolva o problema. Com efeito, está exactamente na mesma situação em que estava antes de me encontrar. Só que agora, por uma estranha razão, a culpa é minha!...
No almoço pago como tantas vezes, apesar de comido em pé, à pressa nem por isso, porque uma soneca é sempre importante lá por cima, o mandado viu que o seu amigo oportunista, quase sempre muito conservador, usava um brinquinho.
Não sabia que usavas essas cenas. É recente essa coisa, não é?
- Não é nada de especial, é só um brinco, um objecto de adorno - replicou o amigo.
- Há quanto tempo usas isso?
- Desde que a minha mulher o encontrou, no meu carro, na semana passada, eu disse que era meu...
Contada pela Bela, que soube pela melhor amiga que o amiguinho colorido fez uma mais das dele. Depois apareceram à porta dos bombeiros. Ninguém sabia do que se tratava. O caso foi este: O nosso artista tem a mania que é bonito. Farta-se de galar pelos vidrinhos, todas as que encontra a jeito e a última, das pestanas grandes não lhe escapou, pelo menos é o que se consta. Não é que o jeitoso entrou na joalharia e mandou que ela escolhesse a jóia que quisesse, sem se preocupar com o preço.
Que luxo. Eram poucos os olhos para tanta luxúria. Examina daqui, experimenta uma, vê ali, depois outra, ela finalmente decide-se por um colar. Nem vos digo o preço…eu não acreditei. O oferecido manda embrulhar, saca dos cheques e começa a preencher. Assina e ao estendê-lo, percebe a fisionomia constrangida e preocupada do vendedor enquanto examina o cheque.
Não é que o nosso oferecido num gesto nobre, daqueles que só ele sabe pelo oportunismo com propósito, toma a iniciativa, diz ao vendedor que agora já estava acompanhado pela loiraça que pára no café: Noto que está a pensar que o cheque pode não ter cobertura, não é? É natural, eu também, admito, desconfiava. Não é uma quantia pequena. Se concordar, fazemos o seguinte: hoje é sexta-feira e o banco já fechou, você fica com o cheque e com a jóia, na segunda-feira vai ao banco, levanta o dinheiro e manda entregar a jóia nos bombeiros, ok?
Cheio de mesuras e agradecimentos pela compreensão, o vendedor acompanhado pela colega loira, encaminha o casal nosso conhecido, desejando-lhes um bom fim-de-semana.
Na segunda-feira, o vendedor ligou para a central e não foi possível falar, ligou para um dos telemóveis e nada, mas finalmente lá conseguiu ligar pelo segundo e dizer-lhe que,
infelizmente, deveria ter havido algum equívoco do banco porque o cheque não tinha cobertura.
Ouviu, então, aquela voz nossa conhecida meia ensonada: Não há problema! Pode rasgar o cheque, guardar a jóia, que a gaja já foi ao castigo.
Apesar de o ter convocado para alguns jogos de carácter amistoso de preparação, o então técnico da selecção argentina César Menotti, resolveu tirá-lo da
lista dos convocados à última hora, já que o achava muito novo e imaturo.Nesta altura Maradona, tinha apenas 17 anos. Nesta altura já o jogador dava nas vistas. Também dá nas vistas o olhar meigo dos comprometidos, esperando sempre uma fugidinha para longe do pessoal. Podia-se liberar o amor e permitir camas de casal nos dormitórios. Ganhávamos dois e assim perdemos sempre um. O tio é demais. É menino para se o deixarem, fazer as obras, integralmente, correndo pouco por fora, e se precisar de ajuda, recorre ao mandante que no dizer dele cada vez faz menos. Quando ele diz que o punha a mexer, quer dizer isso mesmo….não acredito.
Ganhou força a ideia. Comemora-se o nascimento de Jesus. Porque os homens assim querem. Celebra-se a festa da família, do consumismo exacerbado, da corrida aos doces, às SMs hipócritas. É natal e entre nós comemos bacalhau, e muitas outras coisas e são raras as casas onde não haja, neste dia, um ambiente diferente. Nós, como sempre estivemos tristes, apesar dos efusivos desejos de boas festas para todos. Ainda bem que é Natal, pelo menos houve tinteiros. Espera-se luvas e já não é preciso tantas fardas.
Sim. Ele foi inspirado no bispo Nicolau, que viveu e pontificou na cidade de Myra, na Turquia, no século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em dificuldades financeiras. Colocava o saco com moedas de ouro a ser ofertado na chaminé das casas. Foi declarado santo depois de muitos milagres lhe serem atribuídos. A sua transformação em símbolo natalício aconteceu na Alemanha e daí correu o mundo. Nos Estados Unidos, a tradição do velhinho de barba comprida e roupas vermelhas que anda num trenó puxado a renas ganhou força. A figura do Pai Natal que conhecemos hoje foi obra do cartoonista Thomas Nast, na revista Harper's Weeklys, em 1881.
Trata-se do sinónimo do consumismo, das ofertas, das crianças a pedir, das ilusões materiais. Nunca é visto…e as fotografias que se conhecem, regra geral estão associadas a marcas. E entre nós, já que não acreditamos em Pai Natal, podemos não ver, mas sentimos o peso da confraria. Vivemos com ela, mas se não existisse, certamente era outra coisa. Desejos de Boas Festas para mais logo.
Embora já tenha lido muita coisa sobre a história do futebol, desconheço o motivo pelo qual os tempos dos jogos de futebol têm 45 minutos. Já lá vai o tempo em que, em Portugal, até o final dos anos 20, os jogos em cada meia parte tinham 40 minutos. Só na década de 30, no primeiro campeonato do mundo, todos os países adoptaram a regra dos 90 minutos de jogo, estabelecida nos livros oficiais da FIFA – Federação Internacional de Futebol. Isto de uniformizar, devia ser em tudo. Nas relações de trabalho, nas remunerações, nas benesses, nos almoços, nos jantares. Se pudéssemos, eu mandava retirar os lanches, porque na hora em que decorrem, só não vê quem não quer e o Noddy
parece embeiçado. Já me quiseram fazer crer que ia dar namoro, mas não acredito, não pode haver assim gente tão, tão, tão ceguinha.
Devido à Segunda Guerra Mundial, que começou em 1939 e só foi acabou em 1945. O Campeonato do Mundo de futebol só voltou 5 anos depois da guerra ter acabado.
Se o fenómeno futebol tem destas coisas, como se pode estranhar que nós nada realizamos de bom, em grande como merecemos faz tempo. Ainda me lembro de um vizinho meu andar a vender sorteios. Podíamos fazer dois ou três sorteios ao mesmo tempo, sorteando elementos da confraria, a sortear entre eles, e como bónus, ainda podíamos oferecer as viaturas paradas que só causam confusão no aparcamento e acesso ao quartel. A segunda fila, esta provado, não funciona. Já ninguém respeita o vidrinhos. Um destes dias vai passar pelas brasas junto à meta da sorte, para ver se algo de suspeito se verifica na sua brigada.
. DORES