Logo hoje. Fazemos anos. Só comemoramos no próximo fim de semana se não houver muitos incêndios. Ainda bem que agora não é preciso passaporte porque seriam sempre dois ou três a tira-lo para ir para a Grécia. Aquilo é que é incêndios. Se calhar não é por acaso que estando como estamos, dizemos sempre estamos meios gregros. Boa.
Parece que hoje também, se fosse vivo, o Pili também estava de aniversário. A diferença é que nós estamos moribundos e a festa rija promete. Já se contam alguns bons programas rejeitados por manifesta falta de tempo embora os oportunistas de sempre encarem tudo com normalidade. Dizem que os tempos são de vacas magras. São? Mentira. Alguns que temos entre portas engordam. Eu sei que não é a mesma coisa. São nervos, é do stress.
Prendas? Adivinham-se algumas, mas aquela do bom aproveitamente não augura nada de bom para nós. Eu proponho uma volta ao mundo do mandante, do noddy, do jarbas e do coelhinho em bicicleta, com a obrigação de fotografarem todas as corporações de cada localidade, de cada país. Era uma boa obra para ser lançada no 175º aniversário se até lá já tivessem chegado, o que era pouco provável porque demoravam tanto tempo em cada sítio e nós cada vez mais contentes quando sabiamos onde estavam, cada vez mais longe de nós, mas bem, sobretudo bem, para continuarem a obra. Que boa prenda!
Sobre o nosso futuro, vou tentar ir na próxima feira a Vilar de Perdizes. Quem sabe se os búzios, mezinhas, cartas ou umas rezas pouco ortodoxas não dirão o que nos espera.
Hoje para mim o dia promete. Vou tentar celebrar e ser merecedor dos ideais dos fundadores da nossa Associação. Estão revoltados com o estado de coisas a que chegamos. Dizem os dependentes que estão ultrapassados, os tempos são outros, mas não nos podemos esquecer que ser competente, honesto, correcto, justo, amigo, verdadeiro, sincero, desisteressado e corajoso não tem idade. São valores que deviam estar sempre presentes para quem serve esta Real Associação. Se assim não fosse nem a rainha tinha dado a bandeira.
Colegas contem muitos mais felizes. Andamos todos tristes. Mas hoje, só por hoje, temos de esquecer a nossa tristeza. Somos o palhaço. Mesmo na desgraça a nossa vida não para, a festa continua. Retirada a tinta da cara, somos outros, podemos chorar.
Chatices. Só chatices. O aniversário está à porta e lá temos nós de fazer umas coisitas para dizerem que estamos vivos. Quem elaborou a lista dos convidados sabe que estamos mais que moribundos mas já têm os discursos preparados, com vivas para tudo e até substituir o Pili nos tam tam. Este ano vamos ter uma figura, ou até duas, ligadas ao desporto a darem-nos os parabens. A coisa promete. Ainda não é desta que vamos ter a primeira pedra no mato. Pode ser que um destes dias lá caia um foguete e faça um milagre.
Vais haver festa rija. O espaço para todos já não é no quartel, mas tudo aponta para ser num espaço refinado, já que há estagiários envolvidos num espaço para o fino.
O aniversário vai passar despercebido, porque há outros momemtos de glória. As familias finalmente vão-se todas conhecer. Promete. Só esperamos que não se arranjem pretextos para nada fazer, o que tem vindo a ser normal. O confrade que só faz o que quer já disse que por ele era um almoço desde que não fosse ele a pagar, porque está farto de dar no duro.
Falta quase um mês. A lista das músicas a tocar está dificil porque os gostos são variados e não se discutem, mas pedir ópera numa festa deste tipo, é condenar ao fracasso os tenores de parada.